terça-feira, 6 de novembro de 2012

BIOENERGÉTICA


A Bioenergética compreende as fontes de energia para a atividade muscular. Há duas fontes principais para a produção de anaeróbia de energia (sistema da fosfocreatina e glicólise anaeróbia) e uma fonte para produção aeróbia de energia (fosforilação oxidativa), podendo esta ser por metabolismo aeróbio de glicose ou de gorduras. O conhecimento a respeito dessas fontes de energéticas e suas interações entre si é necessário para o sucesso do planejamento de um programa de treinamento de força que irá otimizar o condicionamento físico de um indivíduo para um esporte ou atividade física em geral (FLECK and KRAEMER, 2006).

FOSFOCREATINA
A ATP e a fosfocreatina (PC) estão disponíveis para uso imediato, sendo armazenadas dentro do músculo. São dois componentes que quimicamente trabalham juntos, permitindo ao músculo rápida disponibilidade de energia.
Quando a ATP é quebrada em ADP + Pi, energia é liberada para utilização na produção de ações musculares. Entretanto, quando a PC é quebrada em creatina e Pi, a energia resultante é utilizada para recombinar a ADP e a Pi, ressintetizando a ATP. A ressíntese de ATP pode então, ser quebrada e novas energias liberadas para a realização de ações musculares. Entretanto, são pequenos os estoques intramusculares de energia ATP e PC; isso limita a quantidade de energia que ATP-PC pode produzir. A vantagem dessa fonte de energia é que ela está imediatamente disponível para utilização, e tem grande capacidade de potência, sendo capaz de fornecer ao músculo grande quantidade de energia por segundo.
O sucesso da suplementação de creatina nas atividades explosivas repetidas também reforça a importância dessa fonte de energia (VOLEK et al., 1999).

GLICÓLISE ANAERÓBIA
A quebra do ácido láctico no músculo a lactato e os íons de hidrogênio que estão associados a isso aumentam as concentrações desses componentes no sangue e no músculo, podendo causar fadiga, reduzindo assim a força que o músculo é capaz de produzir. A quebra do ácido láctico faz com que o nível ácido se eleve no corpo, acompanhado de queda do pH.
O glicogênio, um carboidrato, é uma longa cadeia de moléculas de glicose que por sua vez é estocado dentro do músculo. A energia necessária para produzir ATP é derivada da clivagem das moléculas de glicose em duas partes que irão gerar moléculas de piruvato, havendo assim liberação de energia. A energia liberada pela quebra da glicose resulta na produção de duas ATPs. O piruvato é, então convertido a ácido láctico. Como o oxigênio não é requerido para que o processo ocorra, esse é um sistema anaeróbio.
A fonte de energia do ácido láctico (glicólise anaeróbia) é o mecanismo principal para o fornecimento de ATP nos períodos de exercício que têm duração de aproximadamente 1 a 3 minutos, sessões de exercício que incluem séries de alta intensidade com 10RM a 12RM e intervalos de recuperação curtos, e corridas de 400m (KRAEMER et al., 1989).

FONTE DE ENERGIA PELO OXIGÊNIO
O maior objetivo da corrida, da natação e da dança aeróbia é aumentar o condicionamento cardiovascular, o qual é análogo a elevar a fosforilação oxidativa. Essa fonte de energia utiliza o oxigênio na produção de ATP.
O sistema de fosforilação oxidativa pode metabolizar carboidratos (açucares) e gorduras. Em repouso o corpo geralmente produz um terço (1/3) da necessidade de ATP pela metabolização de carboidratos e dois terços (2/3) a partir das gorduras. Durante o exercício, há uma mudança gradual que aumenta a metabolização de carboidratos e diminui a de gorduras à medida que a intensidade aumenta.
O metabolismo aeróbio do carboidrato (glicogênio) inicia-se da mesma forma que na glicólise anaeróbia. Entretanto, nesta via, devido a presença de quantidade suficiente de oxigênio, o piruvato entra em duas longas séries de reações químicas denominadas ciclo de Krebs e cadeia de transporte de elétrons. Trinta e oito (38) moléculas de ATP podem ser produzidas pelo metabolismo aeróbio de uma molécula de glicose.
O metabolismo aeróbio das gorduras não se inicia com a glicólise, uma vez que as gorduras passam por uma série de reações chamadas de beta-oxidação e, então, entram direto no ciclo de Krebs.
O sistema aeróbio não é capaz de produzir uma quantidade de ATP por segundo que permita a realização do exercício em intensidade máxima. No entanto, a fonte de energia aeróbia pode fornecer quantidade ilimitada de ATP durante longos períodos de tempo, devido ao fato de os conteúdos de glicogênio e gorduras serem abundantes, e ainda, por não haverem formação de produtos que possam inibir o desempenho.